quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Flashes Notívagos

Jazz and Blues
Arranha
Tu
Acompanha
A sede 
Velho copo
Outras vidas
Topo tudo
Em mim
Teus solos
Gelo e bebida
Golos
Canção
Um salão
A sós
Eu e banda
Casa
Tua voz
E cama...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

meu precisAR

Eu só preciso de uns segundos.
De inspiração, 
Do inspirar você.

Eu só preciso de uns minutos.
De ação,
Do ar e você.

Eu só preciso de uma vida.

E você(?).

Nossa Vida

E agora, qual será a próxima canção?
Se não existe razão...

É a hora de fazermos tudo diferente
Somos contentes com o que fomos?
Seremos jovens para errar
Tão jovens por se desculpar


Que o mundo é complicado demais...
O mundo é complicado demais
E a gente não sabe o que faz

A demora tem alguma explicação?
Se existe razão...
É a hora de sabermos nossas diferenças
Será que aceitamos todas as crenças, será?
Estaremos velhos para errar
Tão velhos por resmungar

Que a vida é complicada demais...
A vida é complicada demais
E a gente não sabe o que faz

Quem sabe um dia enxerguemos
Tudo o que vivemos...tudo o que vivemos...
Sem saber de nada.

Seguir

Eu não olhei para trás
Em momento algum repensei
Senti-me seguro e segui

Eu quase olhei para trás
A todo momento pensei
Senti-me confuso, mas segui

Eu olhei para trás
Naquele momento, eu sei
E senti-me sozinho por não conseguir.

sábado, 6 de julho de 2013

Tecla Limite

O arrependimento se traduz no momento online em linha formatada que enquadra o eletrotônico e o irônico "DEL".

equilibrAR

Levito ao escrever
palavras e sentimento
evito tudo que faz
me prender ao cimento
concreta vida
cinza embaixo
onde transcendo
me acho
livre vendo
a mente colorida
o mundo leve
leva tudo e todos
que se atrevem
a me puxar
sair do ar
deixar de amar
ir e voltar
quando quero.

Tou a flutuar
sentir o ar
voar e planar
receber e dar
vir-me e ver-me
sair do chão
e pegar sua mão
fugir da imagem
do beijo avesso
naquela viagem
de dentro pra fora
é ela, agora
eleva ao infinito
e leva
eu e o vazio
sem atrito
sem gravidade
em felicidade.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Por mim

Você seguiria meus passos
ia ao meu encontro...
caso tudo desse certo?

Você se curvaria ao que acho
ouvia o que eu conto...
pra eu me sentir esperto?

Eu não.
Por mim...

Você seria meus passos
ia ao meu lado...
mesmo com tudo errado.

Você falaria o que eu acho
me ouvia calado
pra eu me sentir eu.

Você não...
Foi pra mim.

Ir

Vou ficar
palavras e caminho
eu e o destino
vou estar
eu e ela
taça e vinho 
meu ser
preenchido
de você
do melhor
e apenas ver
a vida passar
inserida num quadro
um olhar
flor e janela
dele e dela
num retrato
de amor.

Estou indo.
Evoluindo...

sábado, 15 de junho de 2013

Firmamento

Lindo pássaro
por que não voas?
por que não cantas?
indo, pássaro
tu encontras
teu caminho.

Belo pássaro
por que tão arisco?
por que tão alto?
elo com a cria
é a melodia,
nosso caminho.

ResPublica

A revolta
de uma cidade
contra tudo 
o que volta
e entra sem pensar
na felicidade ou
nela, ela, ele,
eu e o povo
uniu-se para ser um
pequeno movimento
de um
que viu o desgaste 
da vida com aumento
de gasto de alguns
para com outros 
que não ela...
a coisa pública.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Bellis Malmequer

Para não perder
o hábito de falar
e escrever de você
não poderia faltar
aqui sua presença
em sentida
ausência aguda
preenchida
de letras miúdas
flor Margarida
a admiração secreta
deserta e foge
do amor
de mim.

Imagem

Tudo sai num pulo
"vai oh, inseguro"
talvez o imaturo
seja meu reflexo
eu vidro eu.

A Velhice de Idéias

Um tema novo
escreve um poema
de novo e de vez
com melodia
de tristeza duvidável
vender o aceitável
de fato sem alegria
o ato do rancor
faz-me perder a destreza
esquecer de como é
descrever o amor.

Concentração e Dispersão

Esse é o espaço
onde o "eu" se encontra
comigo mesmo (acho)
sem desentendimentos
com os floreiros
que quero
sentimentos alheios
ao erro
e ao bom
simples e consolador
da crueldade
que furta meu intelectual
e suga a vontade
de escrever
de participar
fazer carnaval.

Desabafo Pseudo-Artístico

Um dia tive um sonho
quis ser grande
escrever para muitos
talvez até cantar uns versos

Um dia tive uma promessa
"você será grande"
"todos admiram sua letra"
"cantor afinado"

Um dia abri os olhos
e quis ser eu
eu que não sei o que digo,
escrevo, canto e toco.

Hoje é o dia, garoto.

sábado, 1 de junho de 2013

Fofoca Oca

Veja oh, tonto
Tempo dá, te digo lá
Senão não conto.

Até

Ontem/Hoje

Eu queria ir

ter contigo
falar tudo, contar
e ouvir
saber de você
ver-te nos olhos
e apreciar
aquele sorriso
de lábios rachados
tudo que perdi 
nestes meses
o destino nos encontrou
mais uma vez
desencontrados
no tempo
e no sentimento
me pegou despreparado
de palavras
de retorno
foi a única.


Hoje/Ontem

Deixei você ir

ter com outro
conhecer tudo, perceber
e sentir
saber que não sou eu
ver nos olhos de alguém
e esquecer
do meu riso
de boca carnuda
tudo que perdeu
nestes dias
o acaso lhe recompensou
desta vez
madura
no tempo
e no sentimento
se entregou apaixonada
por palavras
por retorno
foi a última.

Aurora Rameira

Te juro que tentei
fechei os olhos
para não te ver
e vi.

Rezei pra não te encontrar
e mesmo assim apareceu
não deu
ou deu?

Porra, justo quando não quero
quando não posso
brinca de fingir
que existe!

Goza em tudo
na minha tranquilidade
meu momento sereno
em outro plano me acorda!

Aliás, não me deixa dormir
peço que não insista em mim
em nós ou qualquer coisa
que te faz voltar...

Vai.
Voe.
Você.
Vá, dia.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Umbilical

O que consigo escutar
é você tentando
iludir-me com palavras
de amor e maturidade

Eu devo considerar
o passado e tudo aquilo 
vivido com outros
que não você

Não é fácil apagar
e esquecer o elo
que me amarra na cama
e chora seu nome

Então não sussurre mais
o passado ficou pra trás
hoje corto este cordão
abro os olhos pela primeira vez

E podemos perceber que é para sempre, Mãe.

A Casa e Ela

O sofá preto
não é mais o mesmo
e eu também não
os cantos das paredes
ainda sussurram o nome
parece estar sempre atrás
da minha nuca
fazendo um cafuné
com segundas intenções
é perturbador
como se cada trinco 
da mesa da cozinha
soubesse fotograficamente
dos seus contornos
e que falta me fazem eles
todas as manhãs
ver você nua, branca
na cama sorrindo
pedindo café
ou mais sexo
dependia da vontade
do tesão
eu peço desculpas
as vezes não pareço estar aqui
com você, mas ela...
os móveis são dela
da outra e não meus
apenas os levo comigo
e não sou só eu
é esta casa
aquele retrato
guardado na ultima gaveta
do armário
não somos nós
acabou...
ela vive em mim e eu nela
e só.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Nando, meu bem

Pra você me notar
o que preciso fazer
devo me atirar
de uma ponte ou do nono andar

Pra você me notar
pode até gostar
de saber
essa música é para você

Quem sabe note
comi todo biscoito do pacote
era seu favorito
só pra saber se te irrito
fui à repartição
com uma blusa decotada
beijei o seu patrão
te contei cê não fez nada
e agora?
Estava mesmo na hora
da festinha da Isabela
eu que soprei a vela!
e sua sobrinha chorou


Era Pra você me notar
mas o que preciso fazer
devo me atirar
de uma ponte ou do nono andar

Pra você me notar
pode até gostar
de saber
essa merda é pra você

Durante o jantar
mudei de canal
pois roubei o lugar
do William Bonner no jornal
E agora?
pensei bem e fui embora
antes seu carro risquei
só por sarro, eu sei
o que queria?


Que você me notasse
mas o que posso fazer
devo te atirar
de uma ponte ou do nono andar

Pra você me notar
pode até gostar
de saber
só quero terminar com você!

*Inspirado em Clarice Falcão

terça-feira, 21 de maio de 2013

Banho Turco

Escutei versos úmidos
de tanto bafo tive medo
tua boca tão próxima
desabafou todo sentimento

Pronunciou palavras molhadas
que pingavam entre curvas
contornavam a minha cabeça
perdida em sonhos transtornados

Senti tudo tão suado
em um calor sufocante
os poros dilatavam
aí soube que estava dentro de ti

Coimbra e seu autor

A cidade do amor,
em Portugal, é também do rancor,

de saudade e dor.

Tem um inverno sem cor
no verão um calor,
ficar no sol dá um ardor que só.

Na Queima é um horror,
pouco espaço pra muito doutor,
é um trabalho encher os carros de flor.

Coitado do condutor,
parece que está a fazer um favor,
sem que tivesse recebido o valor.

A propina é outro fator,
tão alta que causa mau humor,
no final do curso só há devedor.

Mas antes é melhor recompor,
a serenata na Sé Velha é um fervor,
aliás, aqui é fadista não é cantor.

Um estudante por mais sonhador,
não sabe nem quem é seu coordenador,
e na correção dos exames reclama o rigor.

Na equipa da Académica falta jogador,
diretor, gestor, treinador, patrocinador,
locutor, torcedor...é um terror.

E de repente "desculpa, senhor.
Tens cigarro, por favor?"
Parece que todo mundo é fumador.

Não quero parecer aborrecedor,
por ser tão falador,
mas eu sou morador.

Por isso tive a ideia de expor,
mesmo não sendo escritor.
Coimbra, descobri que todo esse ódio é amor.

Correspondência


Cidade de Coimbra,  Portugal.
Cidade onde vivo até hoje. É o que muitos pensam sem nada saber. Por isso, escrevo. Contarei a muitos que por aqui passaram e pensam que viveram, se calhar até viveram mais que eu… Porém, não viveram o que sobrevivi.

A estória de todos aventureiros já é de vosso conhecimento. Tendo isto em conta, por estes caminhos não singrei, tão-somente. Escrevo também de amizades, encontros, laços e de tudo o mesmo, sem o mesmo ser.

Pois, o meu sonho começou com eles, mas já vos adianto que sem eles continua, como já deves perceber. Aproveito também, para vos informar que este texto que escrevo é um bocado mais comprido que os demais acerca do mesmo sítio, devido a representação de outros espaços no tempo.

Ah, o tempo! Famoso por significar e marcar tanto! Ainda o procuro erroneamente em pessoas e lugares…viagens e bares! É este “precioso” que me passou desapercebido e que ainda hei-de acostumar-me.

A agonia que trago comigo diariamente é diferente. Sentida, talvez, por um mero actor coadjuvante de uma peça em cartaz no Teatro Académico Gil Vicente. Actor, este que encontra-se desamparado na Praça da República, sem ter o que fazer ao final de uma turnê, em que Deus, director e autor, não mais escreve peças para os mesmos personagens e no mesmo teatro.

Os outros actores e actrizes, pegam em suas cenas e por cantos distintos recordam-se das falas ensaiadas e personagens vividos. É triste. Sou o único actor que ainda vive o personagem, mas sem a peça. O cenário envelhece e as pessoas passam sem saber deste personagem que sou, muito menos da peça que estivera em cartaz.

Meus colegas de palco não mais existem de facto, apenas de lembranças. Desapercebido, como disse há pouco, o tempo passa e novas companhias ocupam-se dos palcos. Tudo repete-se incansavelmente. Um actor cascudo, hoje ainda está coberto por sentimentos de outrora, quando ainda era um mero coadjuvante em um companhia recém-formada.

Uns dias são mais difíceis, outros nem tanto. Como tudo na vida, acomodamo-nos. Confesso que pelas ruas já saí, nomes já chamei e daquela época resta-me a memória. A cicatriz ainda não recuperou-se.

Todas as manhãs a ferida abre-se ao ir a Universidade, ao passar pela mesma rua que passamos e cantamos, como a primeira vez em que por cá estivemos com a malta. Ainda bem que de figurino mudei-me. Caloiro não mais sou. Doutor de Coimbra, por favor!

Capa e batina que vive traçada ao negro, mesmo para ninguém aperceber-se das lagrimas que por ela escondem-se. Sim, negro como o luto, que ao bater da Velha Cabra e o Fado de Coimbra homenageiam meus tempos de glória.

Momento tão especial que vê a angularidade em sua perfeita sincronia. Este Doutor que vos escreve, meus caros, já está a aperceber-se de que, por não mais viver, e sim sobreviver, afirma que a vida por além-mar não é minha.

A encenação esplendida é formada por diversas figuras, cada uma com seu papel mais que fundamental. Por isso, Coimbra não é minha. Coimbra é nossa e sempre será! É nossa e de tantos outros que já, mesmo que de passagem, encantaram de amor esta cidade.

Obrigado ao director e autor por esta oportunidade. E muito mais tenho a agradecer aqueles que fizeram desta oportunidade concedida a mais bem aproveitada até então em minha vida.

Amo-vos como Pedro amou Inês…E farei, com que todos que por nosso reino passarem, reverenciem a nossa estória. E ainda vos digo, amigos, que nos encontraremos novamente para olharmo-nos aos olhos, como um sonho “Real”.

PS.: Mandem notícias!!!
Sé Velha-Coimbra, 16 de maio de 2012.

Fábula

Não sei se falo de mim, dos outros, dos outros “eus” dento de mim. Não sei e nunca saberei, pois isso sou eu e nem de mim sei. Se você não entendeu, eu também não.

Os Nobres do Salão


E mesmo assim, deixei escapar um sorriso e você, como em uma resposta incondicionada, também. Transformamos o silêncio barulhento dos outros em uma grande tímida gargalhada a dois...