terça-feira, 21 de maio de 2013

Coimbra e seu autor

A cidade do amor,
em Portugal, é também do rancor,

de saudade e dor.

Tem um inverno sem cor
no verão um calor,
ficar no sol dá um ardor que só.

Na Queima é um horror,
pouco espaço pra muito doutor,
é um trabalho encher os carros de flor.

Coitado do condutor,
parece que está a fazer um favor,
sem que tivesse recebido o valor.

A propina é outro fator,
tão alta que causa mau humor,
no final do curso só há devedor.

Mas antes é melhor recompor,
a serenata na Sé Velha é um fervor,
aliás, aqui é fadista não é cantor.

Um estudante por mais sonhador,
não sabe nem quem é seu coordenador,
e na correção dos exames reclama o rigor.

Na equipa da Académica falta jogador,
diretor, gestor, treinador, patrocinador,
locutor, torcedor...é um terror.

E de repente "desculpa, senhor.
Tens cigarro, por favor?"
Parece que todo mundo é fumador.

Não quero parecer aborrecedor,
por ser tão falador,
mas eu sou morador.

Por isso tive a ideia de expor,
mesmo não sendo escritor.
Coimbra, descobri que todo esse ódio é amor.

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